Les Saintes-Maries-de-la-Mer, pequeno porto em Camargue
Localisação : França • Provença-Alpes-Costa Azul
Cidade principal da Camargue, uma pequena região no sul de França onde acaba em delta o rio Ródano, Saintes-Maries-de-la-Mer é uma pequena cidade que quase parece um presépio. Traduzido para português, o nome da cidade quer dizer « as santas Marias do Mar ».
Os prédios da cidade ultrapassam raramente os dois andares, o que dá ao conjunto esta sensação de estar afogado entre mar e céu, rodeado das águas e dos lagos da Camargue. A Camargue fica a poucos quilómetros de Marselha, e desfruta de um clima único em França.
As ruas estreitas à volta da igreja fortificada de Sainte Sara testemunham da antiguidade das origens da aldeia, que aparece nos escritos pela primeira vez no século IV depois de Cristo. Tudo aqui respira História e histórias, a cidade parece que ficou parada no tempo.
Gardian e tradição
Os « Gardians » são as pessoas encarregadas do gado, na Camargue. Os vaqueiros, os cowboys da região, se preferir. Uma longa tradição de criação de cavalos e touros de raça, uma vontade de transmitir as tradições regionais dos « Gardians » permitam hoje um calendário carregado de corridas, desfiles, festas… onde as roupas de antigamente são orgulhosamente vestidas. A cidade de Arles e o seu anfiteatro romano ficam a menos de 40 km!
Regularmente, corridas de touros acontecem nas ruas da cidade e na praça de touros, junto ao mar. Festas não faltam nesta pequena cidade ! No meio das lojas de lembranças, pode encontrar lojas que vendem botas e chapéus, de couro obviamente, talvez feito com peles de animais da Camargue. Talvez, porque hoje em dia, já não se pode ter a certeza de nada, como bem sabe…
Turismo
O respeito destas tradições, incluindo as religiosas como a grande peregrinação cigana da Virgem Negra na primavera, dá ao sitio um interesse turístico marcado, ao qual há de se acrescentar as praias de areia fina, das mais agradáveis da região para se passar o Verão… Saintes-Maries-de-la-Mer é uma cidade muito importante para o povo Cigano, que vive na região, ideal para o seu modo de vida, feito de liberdade sem compromissos. Aqui podem criar os seus animais, aqui têm o sossego que merecem, mas aqui também têm os seus turistas com quem fazer negócio.
Uma Marina e um centro de talassoterapia, relativamente recentes completam uma cidade que se quer atractiva, tanto para reformados do que para os amadores de residências secundarias. O turismo ainda não desfigurou a cidade, nenhum grande hotel feio no horizonte, nenhuma aldeia com bungalows. A harmonia da arquitectura local é respeitada. Estamos a milhas do que se fez na bem conhecida “Côte d’Azur », que mais parece o Algarve português, no seu lado mais negativo. Aqui, o sitio ainda cheira à autenticidade, mas por quanto tempo ?
História e ciganos
Quer uma figura lendária para finalizar este quadro perfeito ? Vejamos o marquês de Baroncelli, para não falar de mais ninguém, que deu o seu nome ao museu. O marquês trabalhou principalmente para o enraizamento e a transmissão das tradições da « Nação Gardiane », aquela que corresponde às criações de gado da Camargue. Também trabalhou para que as tradições católicas da região fossem reconhecidas pelo Vaticano…
Se tivéssemos que falar de uma mulher, teríamos que falar de três : as três Marias que acostaram neste sitio num pequeno barco depois de terem deixado a Palestina. Eram a Maria Madalena, Maria Jacobé e a Maria Salomé. Também temos de falar da Santa Sara, a Virgem Negra, venerada pelos ciganos, coberta de roupas e de jóias autenticas.
Esta cidade é um ponto de encontro fundamental para os ciganos, « gitan » em francês, que veneram a Virgem Negra. Se gosta que lhe lêem a sina da mão, está no bom sitio : « Sopra na nota, você têm bom coração, vai acontecer-lhe coisas boas… ».
Amo as histórias cigana e também sou um cartomante de Dom e minha mãe também era . Salve os Gitan